sexta-feira, 14 de maio de 2010

NOVO CD DO IRON MAIDEN


O Iron Maiden revelou o título de seu novo álbum, "THE FINAL FRONTIER" e os detalhes de sua tão aguardada turnê norte-americana para 2010, anunciada ontem. Com 22 datas confirmadas, a Live Nation irá promover a tour que começa em Dallas, Texas, no dia 9 de junho, e termina em Washington DC em 20 de julho, fazendo dessa a turnê mais extensa do Iron Maiden pela América do Norte em muitos anos.

O vocalista Bruce Dickinson, comentou a nova tour: "Nós realmente queríamos sair e tocar em alguns shows antes do lançamento do novo álbum ainda este ano, então pensamos que a melhor maneira de iniciar a turnê era voltando ao Canadá e aos Estados Unidos, onde os fãs sempre nos receberam de uma forma tão fantástica, inclusive durante a nossa última turnê, em 2008! Ficamos surpresos em ver milhares de fãs vindos de longe, por isso desta vez vamos tocar em mais cidades que não temos visitado já a algum tempo, como Dallas, Saskatoon, Detroit, Denver e Pittsburgh, apesar de logisticamente não conseguimos chegar a alguns lugares que realmente gostaríamos de tocar, o que é uma vergonha! É também uma grande notícia a de que os nossos amigos do Dream Theater vão poder se juntar a nós, como convidados especiais."

Bruce ainda completa: "Nós ainda estamos trabalhando no set list para os shows de verão, e desta vez ele vai cobrir toda a história da banda, e posso dar a dica que estaremos tocando uma prévia do novo álbum. Nós já temos todos os projetos para o novo palco da Final Frontier Tour e para o espetáculo que estamos preparando para levar a todos, portanto, essa turnê de verão será um pouco mais que um preview para os fãs. Certamente teremos um palco fantástico nesta tour, com um novo Eddie e um espetáculo de luz!"

"Estamos também tentando garantir que os nossos fãs peguem seus ingressos no local do show para evitar cambistas. Isso é algo em que nosso empresário Rod está trabalhando duro e assim esperamos ver muitos rostos familiares nos shows. Nós vamos ver todos vocês em breve".

O Manager do Iron Maiden Rod Smallwood, continua: "Como todas as bandas, o Iron Maiden já está farto dessa coisa dos fãs pagarem preços acima do valor do bilhete para obter bons lugares nos nossos shows. Então, estamos tentando, com o apoio da Live Nation, sempre que possível dependendo do local do show, organizar tickets sem papel, pelo menos para os lugares da frente, para tentar eliminar o maior número de cambistas que pudermos. Basicamente, com a venda de bilhetes sem papel, apenas aqueles que realmente pagarem o bilhete vão poder entrar no show, dessa forma os ingressos serão inúteis para os cambistas. Além disso, estamos organizando mais uma vez a pré-venda de bilhetes para os membros do fã clube, para que possam rapidamente comprar seus bilhetes e ficar na frente, o local apropriado para membros do fã clube. Esperamos que estas medidas ajudem os nossos fãs, tanto quanto possível."

MOTORHEAD NO BRASIL


BigHead: Após um começo de ano avassalador, Sport tetracampeão pernambucano e líder do “grupo da morte” na libertadores, Blaze Bayley, Morbid Angel e nada mais nada menos que o Iron Maiden tocando por aqui, o Abril Pro Rock manteve sua promessa de “nova fase” após 10 anos de festival trazendo uma das bandas mais respeitada do mundo do Rock/Heavy, Motörhead, que estava em turnê para a divulgação de seu novo albúm, Motörizer (2008). Chegamos ao local do show, Chevrolet Hall, as 19:30h e já tinha um bom público nos arredores, Heinekens e Jack´s vão sendo tomadas ao som de Heaven and Hell e claro do Motörhead. Entramos para o show onde acompanhamos a banda paulista Matanza, que tinha um bom número de fãs mas realmente não faz meu estilo, e a ótima Decomposed God que esquentavam o público para uma noite memorável. E com uma pontualidade britânica, não só da banda como do festival também, o Motörhead sobe ao palco mandando de cara a clássica Iron First.. o som como não poderia ser diferente estava extremamente alto, Stay Clean veio logo em seguida imendando com Be My Babe, um começo de show pramotorhead_rockwhisky2 ninguém botar defeito. Rock Out foi a primeira do Motörizer, eu queria que eles tocassem Runaround Man.. muito boa essa música, e vi que muita gente do bom público que compareceu ao Chevrolet Hall conhecia o novo albúm da banda. Apesar da altura o som estava extremamente nítido e os ‘velhinhos’ Ian “Lemmy” Kilmister, Phil Campbell e Mickey Dee davam um show a parte, realmente a apresentação era tudo aquilo que eu tinha lido. Após a execução da ótima I Got Mine, música do albúm Another Perfect Day de 1983.. que Lemmy ao anunciar falou que era uma música que quando foi lançada muita gente ali não tinha nem nascido, Phil Campbell veio ao palco realizar seus solos de guitarra levantando a galera e executando em seguida The Thousand Names Of God e In The Name Of Tragedy. Aí então é a vez de Mikey Dee voltar só ao palco para realizar seu solo matador de bateria, o cara com quase 50 anos e é um monstro nas baquetas.. flerta entre velocidade e técnica absluta, jogando baquetas para o ar deixando muita gente boquiaberta. Just ‘Cos You Got The Power foi a próxima e logo após motorhead_rockwhisky3Lemmy perguntar para o público, “Where are you going??”.. Going to Brazil é executada seguida por Killed By Death e Bomber. Ufa! mas não poderia acabar aí, poderia?? Claro que não… como eles já devem está mais que acostumados, Ace of Spades foi pedida em uníssimo pelo público… mas antes a música “Whorehouse Blues”, um blues com Lemmy na gaita, Phil no violão e Dee no baixo acústico.. supresa agradável que eu realmente não esperava. Mas o Chevrolet Hall veio abaixo com a execução de Aces of Spades, eu já estava assistindo o show na parte de trás.. e vi dois amigos meus brincando de luta no chão em pleno show do Motörhead.. existe isso??? Overkill, que também era bastante pedida, foi a última da noite para um Abril Pro Rock de se aplaudir de pé. Motörhead é um exemplo de banda que mantém a raiz do rock´n roll viva e consegue contagiar isso como ninguém… Long Live Rock´n Roll \,,/

PS: Breve todas as fotos do show no nosso Flickr.

motorhead_rockwhisky

Público Motohead - Abril Pro Rock


Setlist:

1. Iron Fist
2. Stay Clean
3. Be My Baby
4. Rock Out
5. Metropolis
6. Another Perfect Day
7. Over the top
8. One Night Stand
9. You Better Run
10. I Got Mine
11. The Thousand Names Of God
12. In The Name Of Tragedy
13. Just ‘Cos You Got The Power
14. Going To Brazil
15. Killed By Death
16. Bomber

Bis:
17. Whorehouse Blues
18. Ace Of Spades
19. Overkill

A historia de Motorhead


O Motor do Rock!

O COMEÇO

"Nós somos considerados uma banda da Heavy Metal só porque usamos cabelos compridos. Se você tem cabelos compridos então você é Heavy Metal. Nós somos apenas uma banda de rock'n'roll". Lemmy Kilmister, o poderoso fundador, baixista e frontman do MOTORHEAD, disse isso numa longa entrevista para a revista inglesa "One Two Testing Zig Zag", em 1989, ano de lançamento do álbum ORGASMATRON. Porque começar a escrever sobre umas das mais poderosas bandas do planeta com uma declaração desse tipo? Simples, justamente para esclarecer esse grande erro que é chamar o Motorhead de banda de Heavy Metal e, nada melhor do que uma declaração do "pai da criança" para acabar com esse mal entendido. Motorhead é com certeza a mais pesada banda de Rock'n'roll do planeta e tem servido como referência para muitas bandas, inclusive de Heavy Metal e até Punk. A confirmação final de que o " Motor" é Rock&roll vem das suas maiores influências, nada mais do que Jimmi Hendrix, com quem Lemmy trabalhou e, outro monstro sagrado dos 70, a banda CREAM, que tinha na sua formação, entre outras celebridades, aquele que um dia foi chamado de "God" (Deus), o magnífico ERIC CLAPTON, que devido a sua técnica suave mas vigorosa é também chamado de "SLOWLY HANDS" ("Mãos Lentas").

Tudo começou da seguinte forma: Era uma vez uma camarada que entre muitas coisas na vida, foi roadie do maior guitarrista que Seatle já produziu, pra não dizer, que o mundo já produziu. Esse cidadão ilustre foi, conforme o já citado, Jimmi Hendrix. Durante uns tempos, exerceu a mesma função em uma banda anarco-psicodélica de nome HAWKWIND. Numa noite em que a banda se apresentaria e o baixista simplesmente não apareceu, Lemmy se oferece como substituto. Inclusive, ele vinha a meses vendendo o seu peixe para o pessoal da banda, dizendo que era um grande baixista. Na verdade, antes daquela noite, ele nunca havia tocado baixo na sua vida. Sua única experiência musical tinha sido numa banda de nome THE ROCKING VICARS, como guitarrista. Depois daquela primeira experiência, Lemmy ficaria como baixista do Hawkwind até 1975, quando saiu, ou foi saído, a história é meia confusa, para formar o MOTORHEAD ( "CABEÇA MOTORIZADA"), que é o nome de uma das músicas do Hawkwind, escrita por Lemmy .
Lemmy tinha 28 anos em 1975. Essa informação é interessante só para exemplificar que nunca é tarde para se começar alguma coisa e também nunca é hora de sair de cena porque, se fizermos as contas, o grande Kilmister tem hoje 53 anos na mais plena atividade e com certeza não passa pela cabeça dele acabar com o Motorhead tão cedo. A medida de alguma coisa meus camaradas é sempre as batidas do seu coração: enquanto ele estiver funcionando o tempo é apenas uma referencia cronológica. Mas, voltemos a história. Alem do Lemmy o Motorhead tinha na sua primeira formação LARRY WALLIS na guitarra e LUCAS FOX na bateria, portando, já nasceu power trio, situação que mudaria mais tarde, como veremos em seguida. As primeiras gravações da banda seriam feitas na major United Artists, para quem não sabe, empresa fundada pelo grande e único CHARLES CHAPLIN que no ínicio era apenas produtora de filmes.





Essa gravações ficaram durante vários anos engavetadas pela gravadora, apesar da insistência da banda em ver o material lançado, o que só aconteceria em 1979, de forma oportunista pela UA, depois que a banda já havia alcançado o estrelado, no álbum ON PAROLE (expressão em inglês que significa "em condicional"). Nesse meio tempo Lucas Fox é substituído por PHIL "ANIMAL"TAYLOR. A banda decide então contratar um quarto membro. Esse quarto membro se materializa na figura do guitarrista EDDIE "FAST"CLARK. Larry Wallis, que vinha se alternando como guitarrista tanto do Motorhead como de uma outra banda, decide abandonar o grupo em favor da segunda. A outra banda era a PINK FAIRES, uma vigororosa e infelizmente desconhecida banda de Hard Rock dos anos 70, entre tantas outras do mesmo calibre e também com o mesmo destino, ou seja, o anonimato. Mais tarde Larry reconheceria a decisão como um grande erro.

Nessa época a imprensa não via a banda com bons olhos. Sem conseguir gravar, Lemmy e "comparsas", tocavam em todos os festivais que apareciam pela frente. STIFF RECORDS, uma pequena gravadora, sinalizou a possibilidade da banda gravar um single , mudando de idéia logo em seguida, mesmo depois do material gravado que saiu apenas em compilações. Mas a história do Motorhead estava próxima de ser mudada . Uma amigo de Lemmy de nome Ted Carrol dono da CHISWICK RECORDS ofereceu dois dias de estúdio para a banda, tempo suficiente para a gravação de um single (compacto, muito comum na época). Acontece que, devido aos incessantes ensaios e também às muitas apresentações do grupo, as músicas estavam praticamente nas pontas dos dedos. Esses dois dias acabaram sendo suficientes para a gravação de sete faixas e mais o compacto. Devido a grande desenvoltura exibida pelo grupo que impressionou muito a Ted Carrol, ganharam mais um tempo de estúdio, onde finalmente conseguiram finalizar o tão batalhado álbum. Nome do álbum: "MOTORHEAD".
A imprensa , tão ávida em massacrar a banda, se rendeu às qualidade do álbum e a uma bem sucedida tour, enquanto os MOTORHEDBANGERS, ou seja, os fãs da grupo, aumentavam em progressão geométrica. Assinariam logo em seguida com a BRONZE RECORDS ( mesma gravadora do fudíssimo URIAH HEEP) onde gravariam um single com a música "Louie, Louie" que havia feito um estrondoso sucesso em 64 com o grupo Inglês KINGSMEN ( essa música seria regravada dezenas de vezes no futuro).





Em decorrência do sucesso alcançado com o compacto, gravariam sem muita perda de tempo o demolidor "OVERKILL" em 79, com porradas tais como "Overkill" e "Metropolis". O próximo álbum. "BOMBER" colocaria o Motorhead entre os grandes em venda e acrescentaria mais clássicos na carreira do Motorhead, o que seria um lugar comum na carreira da poderosa "Cabeça Motorizada". Sem dúvida, a mais fudida desse disco é "Stone Dead Forever" .

No disco "Bomber" Lemmy colocaria muito daquilo que ele mais aprecia, que é assuntos referentes a guerras, principalmente a 2° Guerra Mundial. Lemmy é fanático por história e, não é raro encontra-lo lendo algum livro ou assistindo vídeos sobre assuntos diversos. Para ele, a figura que mais interferiu na história do mundo nos últimos tempos foi Adolf Hitler, ele mesmo, uma das maiores bestas de todos os tempos. É bom explicar que isso não tem nada a ver com admiração mas, simplesmente uma conclusão óbvia a respeito de um indivíduo que comprou uma treta braba em escala mundial, matando milhões, responsável também por gigantescas mudanças geográficas sendo a maior delas, a divisão da Alemanha em dois pedaços e contribuindo para que os Estados Unidos da América se transformasse na nova Roma que é hoje, visto que o início da sua hegemonia data do final dessa guerra.
O logo do Motorhead, uma espécie de caveira com corrente e tudo o mais, tem uma certa semelhança com aquelas medalhas distribuídas por atos de bravura na guerra e foi desenhada por Lemmy. Voltando ao "Bomber" ("Bombardeio"), o avião da capa do disco é um W.W. II Heinkel 111, muito utilizado... na 2° Guerra, é claro! Uma curiosidade nesse trabalho é a faixa 8, "Step Down", onde quem canta não é o Lemmy mas, Eddie Clarke. O próximo disco da banda "ACE OF SPADES" é considerado por uma massa muito grande de fãs, como o melhor disco do Motorhead. Gravado entre Agosto e Setembro de 1980, o novo trabalho traz na capa, Lemmy, Phil Taylor e Eddie Clark, paramentados como que saídos de algum filme de Sergio Leone, praticamente o criador daquilo que foi chamado no Brasil de "Bang Bang a Italiana", perdido em algum deserto do velho oeste ( a foto foi feita em uma pedreira na própria Inglaterra!), uma foto que já faz parte da história do rock.




A clássica das clássicas que da nome ao disco ,"Ace Of Spades" ( "If you like to gamble/ I tell you i'm your man/ You win some/ Lose some/ It's all the same to me/ The pleasure is to play/ Makes no difference what you say"- "Se você gosta de jogar/então eu sou quem você procura/ Você ganha algumas vezes/ Perde outras/ É tudo igual pra mim/ O prazer esta em jogar/ Na faz nenhuma diferença o que você diz"), resume muito bem a banda. Muito embora uma primeira leitura menos avisada nos remeta a um jogo de cartas qualquer, na verdade "Ace of Spades" ("As de Espadas") tem mais a ver com a própria história e a postura do Motorhead. Afinal de contas, a vida é ou não é uma merda de um jogo, onde às vezes blefamos e precisamos escolher muito bem as cartas pra não se ferrar de verde e amarelo? O disco também dá continuidade a outra fissura de Lemmy que é a fascinação pelas histórias que rolavam no oeste americano da época das diligências, como é demostrado pela capa do "Ace of Spades" e também nas letras, tema que já havia sido explorado de certa forma no "Bomber". Finalmente, "Ace os Spades" foi com certeza o disco que colocou o Motorhead no patamar das grandes bandas de todos os tempos.

TERREMOTO


TERREMOTO

Um terremoto estava a caminho e ele atingiria a banda durante a tour do álbum "Iron Fist" de 1982. Porem, antes que isso acontecesse, a banda lançou em 81 o disco ao vivo "No Sleep 'Til Hammersmith", com 11 faixas, entre elas "Ace os Spades", "Metropolis", "Overkill", "Bomber" e "Motorhead". Mas, vamos ao terremoto. Produzido pela própria banda, "Iron Fist" contém todo o poderio do grande "Motor", seja nas letras, nas melodias ou na fúria instrumental do grande trio. Como não poderia ser de outra forma, o novo álbum agregaria no mínimo mais seis clássicos a um universo já bem grande de musicas poderosas.





O disco abre na melhor tradição baixo devastador de Lemmy na música "Iron Fist" ( "Punho de Ferro"), que lembra muito os acorde iniciais de "Ace of Spades". Não respire, "Heart Of Stone" é a próxima. Fast Eddie detona sobre nós uma riferama inigualável, solos na velha escola pentatonica (escala de blues), com direito a Cry Baby ( Wha, Wha), efeito imortalizado por Jimmi Hendrix. "I'm The Doctor" é puro "drugs" onde o doutor Lemmy prescreve como sair da depressão. Tem também, "Go To Hell", "Loser", "Sex Outrage", etc. é um disco inspirado, onde não existe nenhuma faixa tapa buracos. É para se ouvido inteiro, com uma bela garrafa de vodka, muitas cervejas e uma mina que aprecie a banda e outros detalhes que você com certeza sabe.

A tour do "Iron Fist" foi uma das mais caras da história do Motorhead. No fundo do palco, uma mão gigante que se abria e vários adereços pendurados no teto. O problema sísmico começou ai. Alem de ter custado muitos Dollars, era muito trabalhoso carregar todo o palco para os diversos lugares onde a banda se apresentou. As coisas ficaram mais pretas ainda durante a tour de lançamento nos Estados Unidos (O Motorhead, claro que você já sabe, é uma banda Inglesa). Depois de meses de estrada, Lemmy resolve parar tudo para gravar uma música ( "Stand By Your Man") com a vocalista da banda "PLASMATICS" Wendy Orleans Williams (que morreu a poucos anos), o que desagradou e muito o guitarrista Fast Eddie, que abandona a banda. Para o seu lugar é arregimentado o ex-THIN LIZZY ( Outra grande banda, referencia para muitos grupos) Brian Robertson, para ajudar na finalização da estadia americana. Era o fim do famoso power trio.
O que deveria ter sido temporário, durou muito mais do que o esperado. Depois de uma temporada no Japão, a banda resolve voltar aos estúdios, ainda com Brian na formação, para gravar um novo álbum de nome "Another Perfect Day"("Mais Um Dia Perfeito"). Estamos em 1983. Muito embora Brian Robertson fosse um grande guitarrista, ele não conseguiu um bom relacionamento com o público, mesmo porque ele se negava a tocar os velhos sucessos do Motorhead. Um outro agravante era o fato do disco novo não funcionar bem ao vivo.





Então, de forma amigável, Brian deixa a banda. Depois dessa experiência, Lemmy decide não mais contratar figuras reconhecidas no circo do rock , decidindo por desconhecidos. Depois da audição de dezenas de demo tapes, decide não por um mas, por dois guitarristas: Phil Campbel e Wurzel. Mas, o terremoto ainda não havia acabado. Logo após uma apresentação na BBC de Londres com a nova formação, Phil Animal Taylor abandona a banda. No seu lugar entraria o ex-SAXON Peter Gill (contrariando a premissa de não mais colocar gente famosa no grupo). Nesse meio tempo a Bronze Records resolve lançar no mercado um compilação dos discos da banda. Depois de muita insistência, para provar que a banda não estava morta, Lemmy consegue inserir nesse trabalho, quatro faixas com a nova formação. "No Remorse", um álbum duplo, foi lançado em 1984 e rendeu um Disco de Platina.

Novamente em estúdios, após o sucesso de "No Remorse", o quarteto gravaria "Orgasmatron", depois do qual, Peter Gill abandonaria a banda. Quem tem o vinil desse disco sabe que um dos seus lados é muito bom e o outro, quase muito bom. Esse lado muito bom , no meu entender, é aquele contendo "Build for Speed", "Ridin' With The Driver", "Doctor Rock" e "Orgasmatron". "Build For Speed" e "Doctor Rock" são como juramentos de fé ao velho Rock&Roll e "Ridin" With The Driver" as implicações que esse amor impõe, ou seja, quando você monta em uma "locomotiva", você está longe se um cara comum com as possibilidades dos caras comuns, tais como cachorro, família, residência fixa, etc. "Orgasmatron" é aquele riff pesado e arrastado, regurgitado de alguma entranha cheia de raiva. São três estrofes sobre três pragas básicas criadas pelas mãos dos homens: Religiões, políticos e guerras. "Eu sou chamada religião, sádica sagrada prostituta", provoca Lemmy, depois de desfilar um glossário de calamidades provocadas pelas religiões desde de ontem e sempre. "Eu falsifico a verdade, eu governo o mundo, eu sou a própria fraude", é só o início da estrofe "dedicada" aos políticos. A última fala de "Mars" (Marte), mitológico Deus da guerra , sem no entanto perder o fio da realidade. "Orgasmatron" é também a música que deu uma boa alavancada na carreira do maior grupo Brasileiro em termos de reconhecimento mundial, o "SEPULTURA".

Voltando a saída de Peter da banda, advinha quem ocuparia a sua vaga? Se você disse Phil Animal Taylor, acertou na mosca. Com a volta de Phil o Motorhead gravaria "Rock'n'Roll". Uma das músicas desse disco , a fantástica "Eat The Rich" ("Coma os Ricos"), rendeu um filme com o mesmo nome, onde o herói era um travesti , Lemmy aparece como ator e trilha sonora tem músicas do grupo.

O Motorhead sempre teve uma grande aceitação tanto por parte dos tradicionais Headbangers, como também pelos Punks. Em vários vídeos da banda é possível verificar essa verdade. Constatei isso pessoalmente quando o VARUKERS, uma das maiores bandas de Hardcore da Inglaterra, esteve no Brasil, numa conversar com BIFF, o guitarrista do grupo, que confessou adorar o Motorhead alem de usar camisetas com o logo da banda. Joey Ramone, SEMPRE usou camisetas do Motorhead. É, portanto, uma das raras bandas que consegue esse tipo de unanimidade. Lemmy com certeza sabe disso. Tanto que no disco "1916", lançado em 91, uma das músicas leva o nome de "Ramones". A faixa cinco do álbum, "Going to Bazil" ("Indo Para o Brasil"), é uma espécie de homenagem da banda para com o país onde o "Motor" tem uma gigantesca legião de fãs.






O CD de capa totalmente Preta e logo Branco "March or Die" ("Marche ou Morra"), tem várias participações especiais, uma cover de Ted Nugent e um novo baterista , Mikkey Dee ( ô raça difícil gente! Brincadeira...), ex-MERCYFULL FAITH (epa! Outro famoso!). Nessa época a banda já estava morando nos Estados Unidos da América. Esse álbum tem coisas "estranhas" como um balada "I Ain't No Nice Guy" ( "Eu não sou nenhum cara agradável"), que começa com Lemmy no violão, rola um pianinho e tem Ozzy Osbourne num dueto com o Sr. Kilmister e também Slash ( ex-Guns and Roses") na guitarra solo. Tem também a música "Hellraiser", composta a três mãos, por Ozzy, Lemmy e o fantástico guitarrista Zakk Wylde, que durante um tempo fez parte da banda de Ozzy Osbourne. Na faixa 9 "Too Good To Be True" ("Muito bom para ser verdade"), um Lemmy romântico com um instrumental que lembra muito o NWOBHM. ("Nova Onda do Metal Britânico") . "You Better Run" ("É melhor você correr"), é um blusão também com a participação de Slash. A faixa que dá titulo ao disco "March Or Die" segue o estilo arrastado e letra quilométrica da música "Orgasmatron" com a voz de Lemmy soando como a própria besta anunciando o Armagedom. Uma grande faixa para fechar um grande disco.

Anos 90


Os anos noventa ainda teriam mais quatro álbuns de estúdio do incansável Motorhead, vários ao vivo e muitos piratas. Os de estúdio são: SACRIFICE, OVERNIGHT SENSATION, SNAKE BITE LOVE, e o último WE ARE MOTORHEAD. Procurei o "Sacrifice" e o "Snake Bite Love" na Galeria do Rock ( Rua 24 de Maio, 62- Região central de São Paulo) e não achei em lugar nenhum, portando vou ficar devendo algum comentário a respeito. Alias, aqueles que eu não comentei é porque eu não os tenho e devo confessar que comprei pelo menos quatro nessas últimas semanas de 2000 para poder fazer um trabalho com o mínimo de informação que vocês merecem. Um desses foi o "Overnight Sensation" de 96 , que conta apenas com o Wurzel na guitarra.

A primeira faixa "Civil War" é uma porrada que lembra muito JUDAS PRIEST com a guitarra de Wurzel Pesando toneladas! "Eat the Gun", a faixa quatro é quase Hardcore, 2:13 minutos verdadeiramente massacrantes. Vou cometer a heresia de dizer que esse é o disco do Motorhead menos Motorhead que eu já ouvi. Em algumas faixas, da mesma forma que eu disse que a primeira parece Judas , se você é fã do SAXON, vai até poder dizer "Pôrra, essa parece com o Saxon" e não vai estar errado, como é o caso da faixa 7 "Broken". Sabe aquela história de que o Motorhead é Metal, desmentida pela boca do próprio Lemmy? Nesse CD, esquece. Tá Metal pra caralho! Você já ouviu alguma música do Motorhead com pedal duplo na bateria? Nãaao!! Nem eu! Melhor, não tinha ouvido porque, Mikkey Dee, aquele do "March Or Die" usa e abusa do mesmo na faixa 10, "Shake the World". Por último, a faixa 11, "Listen To Your Heart" trás Lemmy novamente ao violão. Então, não demore tanto quanto eu para comprar esse trabalho de 96. Buy now! (Quanto ao último, "We Are Motorhead", já que a minha grana acabou, vocês vão ter que correr o risco my friends! De garantia o fato de o velho Kilmister nunca ter "faiado".)

MOTORHEAD NO BRASIL




O Motorhead já esteve quatro vezes no Brasil. Na primeira, em 1989, tocou no Ibirapuera e no falido Projeto SP. No Ibirapuera a banda de abertura foi o VIPE. Lá pelas tantas do show deu um pane na aparelhagem e Lemmy teve que declamar as ultimas frases de "Orgasmatron". Na verdade , os dois shows eram pra ter acontecidos no Ibirapuera mas, devido ao problema citado acima, justamente no segundo dia de show, o mesmo foi transferido para o Projeto SP, valendo o mesmo convite. A segunda foi no Olímpia em 92, onde infelizmente não pude ir. Em 96 foi a vez da banda se apresentar no Monsters Of Rock, ocasião em que estive presente. A ultima foi agora em 2000 no Credicard Hall ( que merda! Não fui também!)., onde a banda tocou um clássico do "Sex Pistols", "Good Save the Queen" ( Lembra? Motorhead/Punk Punk/Motorhead...), faixa também do último CD do grupo "We are Motorhead", citado acima. Um amigo meu de São Caetano do Sul, ABC Paulista, que assistiu à apresentação da banda, disse que a aparelhagem estava horrível e que por esse motivo não foi um grande show. Imaginem vocês se tivesse sido a apresentação de uma banda iniciante. Com certeza sairia do Credicard Hall queimadíssima! Até quando vamos ter que aguentar amadores num quesito importantíssimo que é o de equipamentos para shows, entre outras pisadas na bola?

Futuro




FUTURO Fica difícil falar do futuro quando nem ao menos podemos prever no almoço o que comeremos na janta. Entretanto, existem certos fatos que nos permitem algumas especulações. Lemmy tem tatuado no braço a frase "Born to lose, live to win" ("Nascer para perder, viver para ganhar") e a história do Motorhead tem provado ser verdadeira essa premissa, pelo menos a parte que fala de ganhar. Quando o famoso power trio se dissolveu logo depois do disco "Iron Fist", até os mais otimistas pensaram que seria o fim. Muitos anos depois, não sem mais problemas enfrentados no caminho, a história continua. A banda não debandou para o popismo fácil como é o caso do Metallica. Nem mesmo as drogas assumidas por Lemmy, que é o elemento mais devastador e de maior peso para o fim de várias bandas, conseguiu detonar o monstro. Nem as cinco décadas e picos de idade da alma do Motorhead conseguiu interferir na vida do mito. Eis os fatos. Portanto não é absurdo antever ainda muitos e muitos anos de vida para o Motorhead, inclusive tocando ao vivo aqui para nós. Acredito que é esse o desejo dos verdadeiros fãs dessa que é uma das bandas mais amadas no cenário da música pesada. LONGA VIDA MOTORHEAD!!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Um pouco da historia de KING DIAMOND


King Diamond começou sua carreira como o notório homem de frente de uma das mais amadas bandas cult, o Mercyful Fate. A banda realizou um punhado de álbuns clássicos no início dos anos 80 antes da separação por diferenças músicais.

King Diamond lançou a carreira solo em 1985 com o auxílio do guitarrista do Fate, Michael Denner, do baixista Timi Hansen, e dos seus novos recrutas, o guitarrista Andy LaRocque e o baterista Mikkey Dee. Realizando o apetitoso single "No Presents For Christmas" nesta temporada de férias, a banda chamou atenção para o seu primeiro esforço de corpo inteiro: "Fatal Portrait", realizado na primavera seguinte. O álbum se tornou um hit entre a legião de fanáticos dos Mercyful Fate que percebeu que o legado vivia nos meandros do último esforço de King.

No ano seguinte a banda fez um álbum ainda melhor, "Abigail", que tocava sobre muito mais do que os temas de horror concebidos por King e sugeridos em seu debut. O álbum se tornou um sucesso expandindo King muito além do que o Mercyful Fate havia atingido, alcançando inclusive mais vendagem e exposição do que sua antiga banda. O contratempo foi a saída do guitarrista Michael Denner, amizade de longa data, que deixou a banda por alguns compromissos de turnê e foi substituído por um curto período pelo ex-guitarrista do Madison, o retalhador Michael Moon.

A banda foi altamente aclamada por sua imaginação lírica, que foi melhor desenvolvida na sua próxima e melhor excursão, "Them". O álbum era inteiramente conceitual, e alguns achavam que poderia ser translado para uma grande novela ou ainda melhor um filme. A ingenuidade do projeto tão bem consumado renderam a King Diamond seu primeiro álbum a entrar na parada musical Top 100 da Billboard. O grupo, agora incluindo novos membros como o guitarrista Pete Blakk e o baixista Hal Patino, embarcou na sua turnê de maior sucesso até então, partilhando o palco com atores que faziam diferentes papéis do citado disco.

Rapidamente seguindo o sucesso e continuando a linha de história de "Them", King Diamond gravou "Conspiracy", álbum de 1989. O disco foi a última performance do baterista Mikkey Dee (que mais tarde iria se juntar ao Motörhead) e assinalaria o inicio do envolvimento de Snowy Shaw com King Diamond. Outra turnê bem sucedida foi completada antes do grupo começar a trabalhar na sua próxima composição musical, "The Eye".

O álbum era outro trabalho conceitual revolvendo o tema da perseguição do cristianismo durante os anos. O álbum fez um explosivo debut e foi saudado com um clima de críticas e controvérsias a favor e contra o tema. A banda começou a ter alguns problemas com a sua gravadora Roadrunner, enquanto a corrente line-up via King Diamond, a banda, se dissolver com apenas King e o guitarrista Andy LaRocque restando e gravando para um novo selo.

Nesse meio tempo, King ouviu algumas canções em que o guitarrista original do Mercyful Fate, Hank Shermann, estava trabalhando, e que soavam como as verdadeiras raízes da banda. Estas faixas inspiraram tanto King que o Mercyful Fate foi reformado em 1992 com o line-up original com King nos vocais, Shermann e Michael Denner na guitarra (que estava trabalhando junto com uma banda chamada Zoser Mez), Timi Hansen no baixo e um novo baterista, Snowy Shaw. Entretanto uma menção deve ser feita de que King nunca perdeu de vista seu projeto pessoal e sempre tencionou manter ambas as bandas funcionando ainda que o guitarrista Andy LaRocque tocasse no álbum do Death, "Individual Thought Patterns". Cada banda foi rapidamente contratada pela gravadora Metal Blade e o Mercyful Fate gravou o fenomenal disco de volta, "In The Shadows". A reformada banda e seu álbum foram recebidos com entusiástica resposta no prestigiado Dynamo Festival na Holanda, um show com o Metallica na Dinamarca e uma farta vendagem de discos nos Estados Unidos. Um compacto ao vivo, "The Bellwitch", era uma lembrança das excursões. O Mercyful Fate rapidamente aproveitou o barulho acerca de sua reformulação e gravou o álbum "Time".

Nunca perdendo de vista sua própria banda, o duo de King e LaRocque continuou formulando idéias para a sua volta e recrutando uma nova line-up. Literalmente, assim que as gravações de "Time" terminaram, King reentrou no Dallas Sound Lab (onde o os outros dois discos do Mercyful Fate foram gravados). "The Spider's Lullaby" estabeleceu o recomeço, com o guitarrista Herb Simonsem, o baixista Chris Estes, o baterista Darrin Anthony e o guitarrista de longa data Andy LaRocque. O novo álbum era de longe o melhor trabalho em anos. O Rei havia voltado.

Após isto, foi lançado "The Graveyard", com excelentes arranjos e músicas, contando a história de um prefeito que abusava de sua filha de 7 anos e, ao ser flagrado por um sujeito com problemas mentais, o incrimina.

ALBUM arte e lista completa de faixas REVELADO


Como o 15 de junho abordagens data de lançamento para SCREAM Ozzy Osbourne (Epic Records) - seu primeiro álbum em três anos e 10 álbuns de estúdio em geral - a arte da capa do álbum (visto à direita) e lista completa de faixas foram revelados.

Song Titles: Os títulos das músicas:

“Let It Die” "Let It Die"
”Let Me Hear You Scream” "Deixe-me te ouvir gritar"
”Soul Sucker” "Soul Sucker"
”Life Won't Wait” "Life Won't Wait"
”Diggin' Me Down” "Diggin 'Me Down"
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”Fearless” "Fearless"
”Time” "Time"
”I Want It More” "I Want It" Mais
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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Um pouco da hitoria dos Raimundos



Por Rodrigo Ribeiro (Fã Clube Virtual Oficial Raimundos)

Tudo começou em 87, quando Digão e Rodolfo se conheceram, por morarem na mesma rua, num dos bairros de Brasília. Naquela época Rodolfo tocava guitarra, e Digão bateria. Logo se reuniram para jogar conversa fora e tocar as músicas de seu grupo favorito - os Ramones. Segundo Rodolfo, o amplificador utilizado por ele era tão ruim que ficava igual. E Digão levava um som bem "hardcore", influenciado principalmente por Dead Kennedys (ele considera o álbum "Bedtime For Democracy" o seu predileto). Mas faltava o baixo.

A sugestão de Rodolfo foi chamar o Canisso, pois ele daria um visual "arrojado" para a banda. Com a entrada de Canisso, o negócio começou a ficar um pouco mais sério, e as primeiras composições começaram a surgir. E foi no reveillon de 88, na casa do amigo Gabriel (ex-vocalista e guitarrista da banda Little Quail), que aconteceu o considerado primeiro show do Raimundos. E uma das pessoas na platéia era ninguém menos que o futuro baterista da banda, Fred Mello. E ele comenta: "eu lembro que eles tocaram covers de bandas que eu gostava muito naquela época, além de músicas próprias com letras interessantes". Rodolfo complementa: "Já era 'forró-core' na época: a gente tocava uma música nossa, uma do Zenilton (o forrozeiro predileto dos caras) e um monte dos Ramones", conta - utilizando o rótulo criado por eles próprios para definir o estilo da banda (conforme o encarte da fita demo), mas que depois viria a ser "amaldiçoado" pela banda, por limitar o som (mais detalhes adiante).

A parte nordestina do som do Raimundos é hereditária, a cultura nordestina sempre esteve presente na vida deles. "Minha família é da Paraíba, e eu me lembro que desde os dez anos, eu sempre ia naqueles churrascos familiares com os meus pais. Tocava forró o tempo inteiro, e eu achava aquilo um saco. Só gostava das músicas do Zenilton, por causa das letras sacanas, achava aquilo muito fera", conta Rodolfo. Dessa forma, estava definida a fonte de inspiração da banda. O próximo passo era a divulgação, através de shows em pequenos bares de Brasília, e principalmente festas. Segundo Fred, que presenciou de fora o início da banda, "existia um estigma em Brasília, sempre que tinha uma festa e o Raimundos ia tocar, a festa lotava". A banda continuou dessa forma durante dois anos, até sua separação.

Com o surto de bandas de heavy metal que tomou conta da cidade (1989/90), a banda passa a acreditar que deveria seguir o mesmo caminho para atingir o sucesso. Resolvem recrutar músicos melhores (um novo baixista e um segundo guitarrista), achando que deveriam tocar melhor. Em 90, a banda se separa, devido a diversos problemas internos. "Cada um foi cuidar da sua vida. Canisso foi estudar Direito (Universidade de Brasília) e teve seus filhos, o Digão largou a bateria por problemas auditivos (estava ficando surdo) e começou a tocar guitarra, e eu cantava em uma banda chamada 'Royal Straight Flesh'", afirma Rodolfo. Depois, Rodolfo se casou e foi morar no Rio. "A separação nos fez bem. Todos crescemos muito e chegamos à conclusão de que queríamos ser músicos mesmo", afirma Digão.

Em 92 surgiu uma oportunidade de tocar em um bar em Goiânia e a decisão foi unânime: o Raimundos seria ressuscitado. Porém, como a banda não tinha mais baterista (Digão agora era guitarrista, deixando Rodolfo livre para os vocais), a saída foi apelar para uma bateria eletrônica. Canisso explica: "Arrumaram um show pra gente em Goiânia. Levamos tudo preparado na eletrônica, pois a mesma batida dava pra todas as músicas dos Ramones. Só que por um problema de impedância, o negócio tocou tudo diferente". Era inevitável a procura por um novo baterista.

Ainda em 92, Fred, que já era fã do grupo, foi recrutado para a bateria, dando um direcionamento mais sério para o trabalho da banda. Rodolfo conta: "o Fred entrou na banda e logo se adaptou. Tirou todas as músicas na bateria, começamos a fazer shows, no ano seguinte já gravamos a demo, e estamos nessa correria até hoje". A famosa fita demo do grupo gravada em 1993, levou o nome de "Raimundos Demo-Tape", e continha quatro músicas: "Nêga Jurema", "Marujo", "Palhas do Coqueiro" e "Sanidade" - esta inédita em álbuns até hoje, por se tratar de uma letra séria, totalmente diferente do estilo que consagrou o grupo - além disso, seus riffs inicais foram utilizados na música "Tora Tora", enterrando de vez a idéia inicial). Com essa fita, a banda iniciou a sua divulgação pelo país. A fita espalhou-se rapidamente, pois o som da banda era uma novidade no cenário musical brasileiro.

Mas a imprensa preferia ignorar o movimento "underground", as bandas sem gravadoras e principalmente as letras recheadas de palavrões. Mas o grupo crescia, e foi no festival Junta Tribo, realizado pelo fanzine Broken Strings em plena Unicamp (universidade de Campinas) que a banda começou realmente a chamar atenção. O evento reuniu cinco mil malucos e dezessete bandas independentes durante três dias. Quem viu a apresentação daqueles quatro candangos de crossover alienígena diz que foi memorável. "O engraçado é que eu mesmo liguei pedindo pra gente tocar", conta Fred. "Nosso nome nem estava no cartaz do evento". Terminaram como unanimidade do festival. A partir daí, o Brasil começou a ouvi falar no som do Raimundos, e a fita demo passou a ser disputada a tapa pelos quatro cantos do país.

E foi no festival M2000 Summer Concerts, em Santos (04/02/94), que o Raimundos passou a chamar a atenção de todos. O show, bastante aguardado por aqueles que já haviam ouvido falar da banda, mais ainda não conheciam o som, serviu para firmar a banda com um som totalmente hardcore (como pôde ser visto na imprensa, no dia seguinte), diferente do que alguns esperavam - 50% forró e 50% hardcore. Apesar do som ter apresentado problemas, e a banda estar um pouco fora de forma ("fazia um mês que a gente estava parado, só tomando Coca-Cola e comendo pizza", entrega Digão), o show foi um dos mais aplaudidos da noite (tocaram Doctor Sin, Deborah Blando, Rollins Band, Mr. Big e Lemonheads), pelo público de 80 mil pessoas. Rodolfo comenta: "Na hora que eu vi o hotel cinco estrelas e o ônibus só pra gente eu pensei: 'cara, a gente é banda!'".

Algumas bandas que gostaram daquele novo estilo do grupo começaram a convidar os caras para abrir shows no Rio de Janeiro. Eles abriram shows do Camisa de Vênus, Ratos de Porão no Circo Voador e uma temporada completa para os Titãs - em um desses shows, um mal sucedido "mosh" dado pelo baterista Fred lhe acarretou um coágulo no cérebro, felizmente retirado com uma cirurgia. O convite para abrir esses shows lhes rendeu uma legião de fãs, e a atenção das grandes gravadoras. Rodolfo conta: "várias delas nos procuraram querendo mexer no nosso som, censurar as letras e diminuir a intensidade. Podíamos estar agora cheios da grana e infelizes, mas preferimos recusar as propostas". Mal sabia ele o que essa fidelidade com o som original da banda viria a acarretar para o rock nacional dos anos 90.

O jornalista e radialista brasiliense Carlos Marcelo, tendo uma cópia da fita demo em mãos, entrou em contato com um amigo jornalista da revista musical Bizz (atual ShowBizz), ninguém menos que o Carlos Eduardo Miranda, que conta: "eu escutei aquela fita e já entrei em contato com os caras, falei pro Fred vir para São Paulo, que a gente precisava conversar, pois já existia alguns planos sobre o selo Banguela , mas nada estava certo ainda. Então a gente se encontrou, já ficamos amigos". A vontade de gravar o grupo era tanta que os próprios Titãs, junto com o produtor Miranda, resolveram montar o selo, filiado a gravadora Warner, que ficaria responsável pela distribuição dos álbuns do Banguela. "As outras gravadoras oferecem contratos milionários, limusine, hotel cinco estrelas, só que quem acaba pagando todo isso são as próprias bandas, que tem que vender muito para cobrir os gastos. Nós temos o suficiente, o mínimo necessário pra fazer algo apresentável". Foi assim que o grupo finalmente começou a gravar o seu disco de estréia. A partir daí a banda passa a morar em São Paulo, já que nenhuma gravadora teria condições de ficar bancando as viagens para Brasília. No início eles ficaram hospedados na casa do Carlos Eduardo Miranda, onde tiveram que dormir no chão. Mas não por muito tempo.

Mas afinal, o que era o "forró-core"? Este termo foi criado para definir a mistura que a banda fazia em algumas músicas, mas surgiu mais como uma brincadeira. Alguns repórteres chegaram a perguntar para eles como foram os trabalhos de 'pesquisa' de forró. Mas, como já havia sido dito, o forró surgiu meio que inconscientemente no som da banda. E como o termo criado por eles próprios passou a limitar o som do grupo (já que se esperava algo com metade rock e metade forró), eles preferiram passar a denominar o estilo como sendo apenas "rock pauleira".

Um pouco antes do álbum de estréia sair eles gravaram de forma independente, com a produção do "CPCE" da UnB (Universidade de Brasília) e direção de Eduardo Bellmonte, o clipe da música de trabalho do álbum, "Nega Jurema". Este foi o pontapé inicial para a divulgação da banda para aqueles que ainda não conheciam o som, ou seja, através da MTV (já que o som era impróprio naquela época para tocar em certas rádios FMs). Um fato curioso é que o clipe, apesar da precária produção visível, devido a pedidos do público, participou da escolha da audiência na MTV, para o clipe que representaria o Brasil nos Estados Unidos (perdeu para o Sepultura, com o clipe de "Territory"). A banda se despediu de Brasília com um show no bar/ boate Gate's Pub, no dia 21/04/94.

Com o lançamento do álbum, a banda volta pra São Paulo, para divulgar o disco. É nessa época que o grupo é apresetado aos seus maiores ídolos, os Ramones. Eles estavam de passagem pelo Brasil, e participaram de um coquetel, onde também estava sendo lançado o álbum dos Raimundos. Digão conta: "Pois é, a gente estava lá no hotel, maior festa, disco do Raimundos pra lá e pra cá, de repente eu olho pro lado e vejo o C.J., aí pensei: 'caralho, fudeu!' a gente conheceu os caras, eles são muito loucos, entregamos o disco pra eles. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer comigo algum dia". A partir desta época a banda começou a ganhar espaço na mídia.

A hitoria do Sepultura

Por Haggen Kennedy

Foi em Belo Horizonte, no ano de 1983 que a história do Sepultura começou. Mais precisamente quando os irmãos Cavalera Max e Igor decidiram chamar seus amigos de colégio Paulo Junior e Jairo para montar uma banda.

Um ano depois, num festival de bandas em Belo Horizonte, a Cogumelo Records contrata a banda, após o dono da gravadora ter assistido o show do Sepultura, e o grupo decide fazer um disco. O nome é Bestial Devastation, que foi gravado em apenas dois dias (dividido com a banda Overdose), mas só seria lançado em 1985. A banda, então, faz uma tour brasileira pra promover o novo petardo.

Já em 1986, é gravado o Morbid Visions, ainda pela Cogumelo Records e a banda sai em turnê novamente. Pouco depois, a gravadora relançaria o Bestial Devastation e o Morbid Visions em um só LP/CD. Ainda no mesmo ano, o guitarrista Jairo sai da banda, e Andreas Kisser, que já havia feito algumas jams com o grupo, junta-se a ele. Ainda em 86, o Sepultura processou o selo Shark por ter lançado albuns do Sepultura fora do Brasil.

No ano seguinte, depois de escrito o álbum, sai o Schizophrenia, que foi o primeiro com Andreas na guitarra, e o último com a produção da gravadora Cogumelo. Foi com esse disco que a banda disparou, e vendeu cerca de 10.000 cópias nas primeiras semanas. A gravadora New Renaissance lançou o disco nos Estados Unidos.

Em 89, o Sepultura assinou com a Roadrunner Records, conseguindo um contrato de (pasmem!) sete anos. Como era o que a banda precisava (grande contrato numa grande gravadora), lançaram o novo disco pelo novo selo, sendo o terceiro petardo do grupo: Beneath the Remains. Este foi gravado em nove dias e produzido por Scott Burns. O disco
foi um dos melhores lançamentos do ano sendo comparado até a Reign in Blood, do Slayer. E, pela primeira vez, o Sepultura sai em tour fora do Brasil, tocando junto com o Sodom na Áustria.

Em 90, a banda toca em vários shows, incluindo o Dynamo Open Air Festival, com cerca de 26.000 pagantes, e conhecem Gloria Bujnowski, empresária do Sacred Reich. O grupo decide tê-la também como empresária. Depois das apresentações, o Sepultura entra em estúdio para regravar Troops of Doom, que a RoadRunner usaria para relançar o Schizophrenia remixado. Ainda no mesmo ano, a Cogumelo relança Bestial Devastation com uma nova versão de Troops of Doom. É a batalha entre as gravadoras.

Em 1991, o Sepultura toca no Rock in Rio II, para 50.000 pessoas. Dois meses depois, a atual gravadora da banda lança Arise, que vende cerca de 160.000 cópias nas 8 primeiras semanas, sendo considerado pela grande maioria dos fãs de longa data, o melhor disco do grupo.

No mesmo ano, são lançados alguns singles, como Arise, Under Siege (Regnum Irae), Dead Embryonic Cells e Altered State.

Em 92 Third World Posse é lançado. O cd tem 3 músicas ao vivo tiradas do vídeo Under Siege (ao vivo em Barcelona), além de Drug Me (de Jello Biafra) e Dead Embryonic Cells, do disco Arise. Ainda em 92, acontece o casamento de Max com a atual empresária Glória.

Em 93, o Sepultura lança o disco Chaos AD, que já possuía influências tribais e já não tinha toda a violência de Arise, e menos ainda dos primeiros álbuns da banda. Ainda assim, percebia-se que a banda ainda se preocupava com a situação geopolítica mundial, pois pérolas como Refuse/Resist e Territory estão incrustadas neste álbum, além de Manifest, que denunciava o massacre da penintenciária do Carandirú, famosa chacina de presidiários.

Chaos AD também inclui um cover do New Model Army, The Hunt. Biotech is Godzilla foi escrita por Jello Biafra, além de uma faixa especial, onde os integrantes se acabam de rir e gritar, e mais uma versão de Polícia, dos Titãs, disponível apenas na versão brasileira do CD. O single Territory também é lançado nesse mesmo ano. Ainda em 93 nasce o primeiro filho de Glória e Max: Zyon.

Em 1994, o EP Refuse/Resist é lançado. O álbum é uma espécie de coletânea com músicas ao vivo, de estúdio, Drug Me (de Jello Biafra) e ainda uma música de nome Inhuman Nature, da banda Final Conflict. O single Slave New World é lançado.

No mesmo ano, a banda é registrada como sendo o primeiro grupo terceiro mundista a tocar no Donington Monsters of Rock, na frente de 50.000 pessoas, quantidade equalitária ao Rock In Rio II, onde o Sepultura também foi atração (pra quem diz que o Brasil não tem público como na Europa).

Em 94, Andreas se casa com Patrícia, e a banda começa a compor material para novo álbum e single. No ano seguinte, o segundo vídeo do Sepultura, o Third World Chaos é lançado, contendo alguns clips da banda, trechos de entrevistas com a MTV brasileira, americana, européia, até japonesa. O vídeo contém até um trecho de entrevista em que o entrevistador é Bruce Dickinson (quando ele tinha de seu programa de entrevistas na rede inglesa de televisão). Ainda em 95, nasce Giulia Cavalera, a primeira filha de Patrícia e Andreas; Igor se casa com Monika, e Igor Amadeus, segundo filho de Glória e Max, nasce.

Em 1996, o single Roots Bloody Roots é lançado, contendo 4 faixas: Roots Bloody Roots, Procreation of the Wicked (um cover da banda black metal oitentista Celtic Frost), Refuse/Resist e Territory (ambas gravadas ao vivo em Minneapolis, EUA). Como de praxe, outros singles foram lançados: Ratamahatta e Attitude. Mais tarde, no mesmo ano, sai Roots, um dos álbuns mais aguardados do ano.

O disco mostrou um lado mais experimental da banda, com uma música com participação de Carlinhos Brown (Ratamahatta), e presença ao longo do disco de percussão, berimbau e várias batidas tribais. O disco contém ainda duas músicas gravadas conjuntamente com os índios Xavantes, no Mato Grosso (Jasco e Itsari). A versão brasileira tem também Procreation of the Wicked e Symptom of the Universe do Black Sabbath, além de Lookaway, escrita por Jonathan Davis da banda Korn.

Em meados de 96, a banda fica sabendo do assassinato de Dana Wells, filho de Gloria Cavalera. Max e Gloria vão para os EUA e o Sepultura toca em trio no Donnington 96, com Andreas nos vocais. O grupo termina a tour tocando no Ozzfest, após cancelar 3 semanas de shows dos Estados Unidos. Mais tarde, a Roadrunner lança a coletânea The Roots of Sepultura.

Finalmente, em dezembro de 1996, chega a bomba: Max Cavalera deixaria a banda. Aconteceu quando os outros três integrantes, em reunião, decidem demitir Gloria Cavalera do posto de empresária da banda, alegando que esta dava apenas espaço para seu marido, Max, ao contrário de antigamente, quando o Sepultura aparecia, todos os 4 integrantes estavam na foto, e não apenas Max Cavalera. Com a esposa fora da banda, Max se sente traído e resolve separar seu caminho do caminho do resto da banda. A discussão é imensa.

"Durante este um ano e meio, pensamos em tudo", diz Andreas. "De fato, pensamos em dizer se foda a todo mundo, se foda a música, se fodam as bandas, a porra toda. Mas não tomamos nenhuma decisão durante o período mais turbulento, porque essas decisões geralmente se mostram erradas, mais tarde. Fizemos as coisas calmamente, e levamos o tempo necessário para pensar a respeito da situação toda". Ainda nesse ano, nasce a primeira filha de Igor e Monika, Joanna.

Em 1997, sai outra coletânea: Blood-Rooted. A Roadrunner lança também uma coleção de músicas do Sepultura, com versões alternativas e demos: o B-Sides, além de relançar todos os discos do Sepultura até Arise, com os nomes de Gold CD re-issue, remasterizados e com faixas bônus. Sai ainda o vídeo We Who Are Not as Others.

Então, em 98, o Sepultura volta com um novo single, Against, mostrando todo o poder do novo vocalista Derrick Leon Green, apelidado carinhasamente de Predador. O single, produzido por Howard Benson e mixado por Bill Kennedy, levou o Sepultura ao terreno onde eles provavelmente estarão daqui por diante.

"Não sabíamos nem se devíamos usar o nome Sepultura, diz Igor Cavalera a respeito da evolução da banda. Decidimos que escreveríamos algumas músicas primeiro, e se não soasse como Sepultura, então pararíamos de usar o nome na mesma hora. Mas logo que tínhamos as músicas, vimos que tínhamos razão para manter o nome. E quanto mais tocamos, mais confortáveis nos sentimos. O único apoio que tivemos
durante todo o tempo foi tocar música. Várias pessoas pensavam que o Sepultura era apenas Max, e que nós éramos apenas músicos por detrás dele", diz Andreas. "Mas o Sepultura sempre foi todo mundo junto, e com a contribuição de todos para as idéias. Temos a mesma atitude, a mesma música, a mesma mensagem. A única coisa diferente é que Derrick está aqui, agora."

Nascido em Cleveland, Derrick Green canta desde os 16 anos, quando entrou na banda hardcore Outface. Ele e o guitarrista se mudaram para Nova Iorque após seis anos juntos para formar a Overfiend. Quando o Sepultura anunciou que estavam procurando por um novo vocal, um dos produtores da Roadrunner enviou-lhes uma demo do Overfiend e pediu para darem uma olhada.

"Nós enviamos pra ele uma fita de Choke e pedimos para colocar vocal nela, relembra Andreas. Nós gostamos pra caralho, então o convidamos para vir ao Brasil, porque ficaríamos aqui até o fim do ano passado. Então nos juntamos, e na mesma hora, sacamos que ele era
o cara. Não apenas por causa das habilidades do Derrick, mas porque ele é como nós. Ele realmente acredita nas mesmas coisas, tem o clima certo, além do quê ele adora futebol."

Em maio, o Sepultura viajava para o Japão para gravar, junto com a banda de precussão japonesa KODO, a música Kamaitachi, uma das faixas do novo album. Já em abril, começa a gravação das músicas restantes, já com a participação de Derrick.

Em agosto, o Sepultura toca no show Barulho Contra a Fome, que serviu para angariar fundos e comida para os pobres, e o segundo single da banda, Choke, é agendado para ser lançado em Novembro.

Sobrevivendo ao período mais difícil de suas carreiras, o Sepultura retoma suas atividades e volta com seu novo álbum, que falará por eles. "É uma boa hora pra voltar à idéia do que o Sepultura é!", conclui Igor. "Não é apenas eu, ou Andreas, ou Paulo, ou o Derrick - é a química de quatro pessoas tocando juntas."

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BIOGRAFIA OFICIAL

Quando a maldição foi lançada, poucos imaginavam que aqueles despretensiosos garotos iriam voar tão longe. Como muitos sabem o Sepultura nasceu como uma brincadeira no começo dos anos 80 na cidade de Belo Horizonte. Mas o destino foi generoso, e não brincava, quando colocou no caminho do metal Paulo Jr. (baixo), Jairo Guedez (guitarra), Max (guitarra) e Igor Cavalera (bateria). O Death Metal Brasileiro ainda engatinhava quando o Sepultura lançou sua primeira gravação, o famoso split álbum BESTIAL DEVASTATION/SÉCULO XX (85), dividido com os conterrâneos mineiros do OVERDOSE. Músicas extremas como’‘Bestial Devastation’ e ‘Antichrist’ mostravam à que vinha a banda, e começava a crescer uma legião de fãs pelo Brasil. Após este primeiro passo, foi inevitável ao Sepultura realizar a grande experiência musical da banda de metal surgida do nada, um disco próprio. E nasceu MORBID VISIONS (86), um álbum memorável, apesar da produção precária. Como na gravação anterior há bons riffs e músicas, um exemplo é o hino ‘Troops of Doom’. O disco proporcionou o começo dos shows pelo Brasil, mas também a despedida de Jairo Guedez.

O Sepultura crescia com uma velocidade sem precedentes na cena brasileira. E conseguiram sem demora preencher a vaga deixada por Jairo, com o excelente músico Andreas Kisser, dotado de um estilo inovador e arrojado. Foi em seguida lançado SCHIZOPHRENIA (87), um álbum cheio de gás novo que logo tornou-se um marco do metal brasileiro devido á boa produção e músicas marcantes ( ‘Escape to the void’ e a instrumental ‘Inquisition Symphony’, entre outras). Em turnê, a banda foi escalada para tocar em lugares de difícil acesso, como Manaus no Amazonas.A partir deste ponto o Sepultura passou a despertar interesse mundial. O furor provocado pelo SCHIZOPHRENIA fez com que houvesse um lançamento pirata do disco por uma gravadora européia, que chegou á inacreditável marca de 30.000 cópias vendidas (porém sem a banda poder usufruir dos direitos autorais). Após a boa repercussão do disco de 1987, o Sepultura continuou a galgar os degraus da fama, assinando um contrato de longos anos com a gravadora Holandesa RoadRunner. Isso possibilitou à banda gravar aquele que veio a ser um dos discos mais respeitados da história do metal mundial. BENEATH THE REMAINS (89), é até hoje uma grande referência. Foi gravado no Brasil, e apesar do orçamento apertado trouxeram o produtor norte-americano Scott Burns. Ele foi uma peça fundamental devido á sua experiência. Proporcionou condições favoráveis de trabalho para a banda e os ensinou a trabalhar como profissionais, passando informações valiosas aos músicos iniciantes O produtor mixou e masterizou o trabalho em sua terra natal, algo inédito para uma banda de metal brasileiro na época.

Lançado o disco o SEPULTURA partiu para sua primeira turnê internacional, viajando pela Europa junto com os alemães do Sodom, Estados Unidos, e México. A banda chamou atenção por onde passou e seu nome despontou na mídia mundial. Nesta turnê encontraram uma de suas fontes de inspiração, Lemmy Kilmister e seu Motörhead, cruzaram o muro de Berlim ainda na época da guerra fria, e até conheceram o Metallica (banda muito forte na época). Foi gravado nesta época o primeiro vídeo clipe do SEPULTURA, ‘Inner Self ‘, que tal qual ‘Mass Hypnosis’ e ‘Beneath the Remains’, tornou-se um clássico da banda.

A história continua com o disco ARISE (91). Curiosamente ele foi lançado antes no Brasil devido ao festival Rock in Rio II, no qual o Sepultura foi um dos destaques. Esta versão antecipada leva o título ARISE ROUGH MIXES. Logo a apresentação no Rio a banda promoveu um show gratuito em São Paulo na praça Charles Müller em frente ao estádio do Pacaembu. A audiência de aproximadamente quarenta mil pessoas mostra a força que o Sepultura já possuía. Infelizmente algumas pessoas confundiram o espírito de confraternização dos fãs, e um rapaz foi assassinado. Esta fatalidade criou um falso mito sobre o público da banda, que repercutiu por muitos anos negativamente fazendo com que muitos produtores de shows brasileiros temessem marcar shows com o grupo.

No exterior, por sua vez, a turnê do ARISE foi longa e passou por lugares longínquos e inéditos como Grécia e Japão. Na Austrália foi lançado um dos primeiros singles oficiais da banda, o ‘Third World Posse’. Outros singles deste álbum são ‘Under Siege’ e ‘Dead Embryonic Cells’.Na Holanda tocaram estrearam em um festival internacional de grande repercussão, o ‘Dynamo Open Air’, para mais de trinta mil pessoas. E atraíram mais de 100.000 fãs, nas duas apresentações feitas em estádios, quando estiveram na Indonésia. Lá também foram premiados com fitas cassetes de ouro pelas excelentes vendas.Gravaram os clipes de ‘Arise’ e ‘Dead Embryonic Cells’, e lançaram seu primeiro home-vídeo, ‘Under Siege’, que foi gravado em Barcelona, Espanha. Com todos estes acontecimentos ligados ao disco ARISE o Sepultura firmou seu nome mundo a fora.CHAOS A.D. (93) foi um dos passos mais importantes da história da banda. O Sepultura optou por um lado musical nunca antes explorado, misturando seu som brutal com elementos de música popular e com isto definiram a linha musical de vanguarda que se tornou sua marca registrada.O lançamento do CHAOS A.D. foi em grande estilo, em um castelo medieval na Inglaterra e com a presença de boa parte da imprensa mundial. O Sepultura foi capa de muitas revistas por todo o mundo. Nesta turnê a banda foi até Israel gravar o clipe da música ‘Territory’, também lançada como single. Este vídeo foi eleito o melhor Vídeo Clipe do ano pela MTV Brasil, que levou a banda á Los Angeles para receber o astronauta de prata. Outros clipes/singles tirados deste álbum foram ‘Refuse/Resist’ e ‘Slave New World’, e o home-vídeo ‘Third World Chaos’.

Nesta turnê o Sepultura foi a primeira banda de Metal da América Latina a se apresentar no famoso e tradicional festival “Monsters of Rock”, no Donington Park, Inglaterra. E também a primeira banda do Brasil a tocar na Rússia.De volta á terra natal a banda foi convidada a tocar no festival ‘Hollywood Rock’ só após um abaixo-assinado feito pelo fã clube oficial brasileiro. Isso devido ao boicote por parte dos organizadores do evento, amedrontados com o triste incidente em SP anos atrás.

Outro momento que deve ser registrado é o projeto paralelo de Max e Alex Newport, NAILBOMB, que teve o suporte de Andreas, Igor e Dino Cazares. A dupla lançou um disco, POINT BLANK, e se apresentou no ‘Dynamo Open Air’. O que resultou no Disco ao Vivo PROUD TO COMMIT COMMERCIAL SUICIDE, virando algo culto entre os fãs da banda.

A concepção do disco ROOTS (96) começou com a experiência musical e espiritual que o Sepultura teve com a tribo dos índios XAVANTES. A música ‘Itsari’ foi gravada na Aldeia Pimentel Barbosa no ano de 1995, ás margens do Rio das Mortes no Estado de Mato Grosso. Já o restante do álbum foram feitas em Malibu no estúdio Índigo Ranch, dotado de instrumentos de idade avançada, e fazendo da gravação a mais crua o possível.

Neste disco a banda mergulhou fundo nas experiências musicais. Os clipes/singles foram ‘Roots Bloody Roots’ gravado na cidade de Salvador; ‘Attitude’ que teve fotos de tatuagens de fanáticos por Sepultura como capa e contou com a participação especial da família Gracie no vídeo clipe. ‘Ratamahatta’ foi um clipe diferente de todos os anteriores do Sepultura, feito todo em animação gráfica computadorizada. Ainda foi lançado o disco duplo THE ROOTS OF Sepultura, no qual um dos discos conta boa parte da história musical da banda, e o segundo é o álbum ROOTS.

O Sepultura continuava fazendo suas incansáveis turnês pelo mundo, só que o ambiente interno era de desgaste. A banda foi convidada para se apresentar nos maiores festivais europeus, e novamente no ‘Monsters of Rock’ como uma das principais atrações. Porém o destino impediu Max de se apresentasse no festival, já que o grande amigo da banda, filho da empresária e afilhado do vocalista (Dana Wells) havia falecido. E em uma das mais importantes apresentações da carreira da banda o Sepultura estava como um trio. Neste dia contaram com a ajuda de diversos amigos para conseguir fazer o show, pois a notícia havia sido um grande choque para todos. O público presente entendeu a situação e fez um minuto de silêncio a pedido da banda, uma cena que dificilmente se repetirá com tamanha multidão.

Após um breve luto, o Sepultura precisou voltar a estrada, pois haviam muitos compromissos agendados. A banda estava no topo da pirâmide e o respeito e admiração que desfrutavam era fora do comum. Infelizmente os constantes desentendimentos com sua empresária Glória, que é esposa do Max, fizeram a banda chegar numa encruzilhada, e a Sepultribo se separou. Andreas, Igor e Paulo tinham a convicção de que a empresária já não estava mais os representando do jeito que deveria e comunicaram sua decisão de não renovar seu contrato de trabalho. Havia a opção de que ela continuar a cuidar dos interesses de Max. Ele não aceitou a decisão dos companheiros e abandonou o Sepultura, achando estar sendo injustiçado. A partir de então as trevas caíram sobre o Sepultura e o futuro era incerto.

Com o tempo a banda acostumou-se á nova situação imposta. Sabia que não iria parar o trabalho de uma vida toda dessa forma e tampouco podiam deixar seus fãs órfãos. O Sepultura é mais que entretenimento, é uma ideologia. E assim que puderam começaram a escrever seu próximo álbum, como um trio. Max formou sua própria banda (SOULFLY).

Igor, Paulo e Andreas passaram a escrever de uma nova forma. Agora o baixo ganhou uma importância ainda maior, como base das músicas. Andreas assumiu os vocais, mas nunca havia cantado antes e não se sentiu á vontade no posto. Decidiram encontrar um novo vocalista para o Sepultura.As fitas de demonstração chegaram em grande quantidade aos escritórios da Roadrunner, e o processo de seleção não foi fácil. Um pequeno grupo de finalistas foi selecionado, e os candidatos receberam uma fita com músicas nas quais deveriam trabalhar (inclusive escrevendo letras) antes de encontrarem a banda para os testes. Os testes finais aconteceram no Brasil, porque para fazer parte do Sepultura é imprescindível gostar do país e se identificar com a cultura local. Também foi levado em conta a integração e a afeição entre o grupo.

Desde o começo da procura, a voz e a aparência de Derrick Green impressionou. Quando ele esteve no Brasil para os testes sentiu-se em casa, virou Palmeirense, e se entendeu extremamente bem com a banda. Ele preenchia todos os requisitos necessários, e se tornou parte da família.

A maior parte das músicas já estava pronta, esperando a gravação dos vocais, e a banda estava sob pressão para lançar o disco, mas trabalharam buscando a perfeição. Em 1998 foi lançado AGAINST, um álbum empolgante, de composições e letras fortes. Muitos sentimentos foram traduzidos neste disco, o resgate da autoconfiança, a vontade da volta à estrada. AGAINST contou com a participação de amigos de longa data da banda. João Gordo em ‘Reza’ e Jason Newsted em ‘Hatred Aside’; e também o grupo de percussão japonês KODO hospedou a banda na ilha de Sado, onde vivem, e lá gravaram a faixa ‘Kamaitachi’.

Era chegada a hora de reencontrar fãs e deixar claro que as fofocas propagadas pela mídia (que anunciou o fim da banda) não passavam de grandes mentiras. O primeiro show do AGAINST foi um grande evento beneficente em São Paulo, o BARULHO CONTRA FOME. Apesar de feito vários shows com suas antigas bandas, o Derrick nunca havia se apresentado para um público tão fiel, exigente e numeroso como os fãs brasileiros do Sepultura. Para tanto a banda ensaiou tocando em uma casa de shows pequena em Los Angeles (Brick by Brick), usando o nome ‘TROOPS OF DOOM’.

O BARULHO CONTRA FOME foi um grande sucesso, que os 30.000 fãs presentes lembrarão para sempre. Convidados muito especiais tocaram aquele dia. Mike Patton veio da Itália para o show. Jason Newsted veio dos Estado Unidos. E os índios Xavantes enfrentaram a selva de pedra da metrópole. Carlinhos Brown veio da Bahia. Jairo Guedez matou as saudades da ex - banda, e o lendário Zé do Caixão abençoou a banda. A crítica e a empolgada audiência receberam calorosamente o Derrick na Sepultribo.

Saíram do AGAINST os singles ‘TRIBUS’, ‘AGAINST’ e ‘CHOKE’ (este último ganhou um vídeo clipe gravado durante o BARULHO CONTRA FOME). A turnê rodou o mundo todo e foi bem sucedida. O SEPULTURA tocou pela primeira vez com os gigantes do metal Slayer, pondo fim ao mito sem fundamentos de que as bandas não se davam bem. E para a alegria dos fãs brazucas de longa data fizeram uma turnê nacional, após anos de espera.

Finda a turnê os quatro músicos estavam ansiosos para começar a trabalhar o próximo disco. A época do AGAINST será sempre lembrada como o oxigênio da carreira do Sepultura, inspirado quando mais precisaram e que lhes deu força para construir toda uma Nação.NATION (2001) é um álbum que já nasce vitorioso e brilhante, inclusive como disco de ouro. Andreas, Paulo, Derrick e Igor criaram um lugar utópico, para as pessoas que importam: fãs, amigos e famílias. A letra de ‘SEPULNATION’ é auto-explicativa, a música do Sepultura é sua arma, e eles a usam com destreza.

Graças á ajuda da vasta Sepultribo na Internet, a banda foi convidada para tocar na terceira edição do ROCK IN RIO. Lá o NATION foi apresentado á multidão de 150.000 pessoas, não havia um ser que não estivesse empolgado naquela memorável noite de janeiro (apesar de alguns veículos da imprensa nacional ainda não aprenderem a respeitar um dos maiores fenômenos da música brasileira, o mundo viu com certeza o poder de fogo que os espera). Entraram no palco ao som do hino ‘VALTIO’, feito com a colaboração dos músicos finlandeses do APOCALYPTICA.

Também colaboraram na Nação os músicos Jello Biafra e Dr. Israel, e quota pensamentos de gente brilhante (Madre Teresa de Calcutá, Albert Einstein, Gandhi e o 14o Dalai Lama).

O disco mostra um Sepultura maduro, cicatrizado e consciente. Resultado da estabilidade proporcionada por Derrick, que participou ativamente na composição do álbum. Seu crescimento na banda é explícito.

A Nação Sepultura já está sendo erguida!